Um maldito apelo emocional, como se o cume não fosse o
bastante para ver a vista, como se precisar ir mais alto fosse sensacional, eu
não sei o que nos derrubou amor, a empatia ou a premissa de satisfação? O que
não foi dito era o que eu esperava que pudéssemos responder, todos esses
malditos atos, todas estas situações que não foram criadas para que
parecêssemos inteligentes e legais, hoje eu digo que perca de tempo foi essa?
Ela nunca fica ligada o bastante e seu tedio seletivo são
causados por problemas de falta de personalidade e não por charme ou marra com
imaginávamos que pudesse ser. Toda essa perturbação e todo esse barulho,
anteriormente muito legais e muito empolgantes, hoje me parecem chato demais,
sair para buscar diversão é tão embaraçador quanto o que me foi pago para
fazê-lo.
Ele não percebeu que foi tirado de seu vitro, expelido como
uma flor ao nascer no inverno, o conformismo e o saudosismo nocivo foi forte
demais para tira-lo do ar, não notou que já não era mais o mesmo, e todas essas
garrafas vazias não são mais provas de outra noitada marcante, e sim de um
fator de proteção de toda essa gente que agora o julga por ser um libertino
aposentado.
Você que correu quando o primeiro deslize veio,
que jurou amor eterno até o primeiro muro, que me conduziu por um mundo que
nunca existiu, e se isso fosse significativo eu não teria te deixado ir? Você
me critica e diz que as feridas ficam mais expostas ao sol, eu te falo que o
contrario, elas se abrem a noite, quando todo o futuro que nós tínhamos vaza,
escorre a cada nascer do dia.
Nós que nunca pertencemos. Que nunca acreditamos, estamos
tão compenetrados com o rodar da roda, que não notamos que não somos quem esperávamos ser, será que foi
apenas a idade? Nós nos unimos para dividir as endorfinas, e não poderíamos
fazer isso pra sempre, porque o nós era um conjuntos de vários eu, e nunca foi
verdadeiro, e só se prolongou porque eu não tinha merda melhor pra fazer.